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quinta-feira, 17 de abril de 2014

recomeço

e naquela noite, de repente, aconteceu de novo.
lá estava eu, correndo feito um doido atrás dela.
eu não sei como ela consegue fugir e se esconder tão rapidamente.
andei por horas, falei com estranhos, ninguém a havia visto.

- maldita a hora que eu a deixei sair!
- do que você está falando?
- o que houve? por que você voltou?
- eu precisava terminar algo. lembra que você estava esperando que eu voltasse pra te derrubar? voltei...
droga, tinha que ser essa selvagem maluca com brilho nos olhos?
olhei pra baixo, apanhei o isqueiro, o cigarro havia ficado na cozinha.
não posso sair daqui e deixá-la fugir de novo.
tentei fazê-la ficar, mas dessa vez eu não iria implorar.
ela já havia me derrubado. não havia mais nada por fazer.
não restou nada, nenhum sentimento, nenhuma dor.
vazio, limpo, pronto, renascido, livre.

naquela noite, sem que eu esperasse, tudo acabou.
ela partiu logo após sorrir pra mim.
na manhã seguinte eu havia encontrado as chaves que faltavam. sobre a mesa da cozinha, ao lado dos cigarros e um pequeno bilhete que dizia:

- vá!


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