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terça-feira, 29 de abril de 2014

eu sou uma grande desculpa.

terça-feira, 22 de abril de 2014

o maior erro que se pode cometer, quando se quer esconder algo, é não criar um substituto para o que se está escondendo.

a vida já acabou, aproveite a queda.

isso resume tudo.

no seu lugar

nada nem ninguém irá repor ou trazer de volta tudo que nós estragamos tentando fazer um mundo melhor.
éramos tão inocentes e corajosos. hoje não temos nada além da saudade e do contentamento.
contentamento... palavra medíocre que tenta, sem a mínima competência ou vontade, chegar aos pés da felicidade.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

recomeço

e naquela noite, de repente, aconteceu de novo.
lá estava eu, correndo feito um doido atrás dela.
eu não sei como ela consegue fugir e se esconder tão rapidamente.
andei por horas, falei com estranhos, ninguém a havia visto.

- maldita a hora que eu a deixei sair!
- do que você está falando?
- o que houve? por que você voltou?
- eu precisava terminar algo. lembra que você estava esperando que eu voltasse pra te derrubar? voltei...
droga, tinha que ser essa selvagem maluca com brilho nos olhos?
olhei pra baixo, apanhei o isqueiro, o cigarro havia ficado na cozinha.
não posso sair daqui e deixá-la fugir de novo.
tentei fazê-la ficar, mas dessa vez eu não iria implorar.
ela já havia me derrubado. não havia mais nada por fazer.
não restou nada, nenhum sentimento, nenhuma dor.
vazio, limpo, pronto, renascido, livre.

naquela noite, sem que eu esperasse, tudo acabou.
ela partiu logo após sorrir pra mim.
na manhã seguinte eu havia encontrado as chaves que faltavam. sobre a mesa da cozinha, ao lado dos cigarros e um pequeno bilhete que dizia:

- vá!


segunda-feira, 14 de abril de 2014

eu sinto muito

eu sinto muito.
não devia ter desperdiçado a chance de te ouvir.
devia ter deixado de lado as coisas que antes não eram importantes,
e que agora valorizo tanto só pra te chatear.
devia ter aceitado logo.
eu devia ter aprendido.
as vezes eu penso que seria melhor não ter sido tão orgulhoso,
egoísta, que deveria ter confiado mais em você,
que o ciúmes que eu sentia acabou com tudo,
e que você não merecia isso.
me desculpa. quando eu vi você voltando,
achei que ainda era tempo de brincar.
eu não sabia que você estava falando sério.
eu não sabia, eu não sabia...
eu sinto muito.

o que mais poderia ser?

e se eu perdesse meus medos?
o que mudaria?
eu passaria a ver a vida de outra forma?
faria algo diferente?
quais novidades surgiriam?
que coisas seriam possíveis?
talvez eu seria mais amado?
talvez eu me machucaria ainda mais?

queria que todo frio do inverno fosse somente a neve.

e se eu tivesse minhas dúvidas sanadas?

terça-feira, 8 de abril de 2014

Relatório #3

desespero, vontade de estar um lugar que não existe mais, medo, frio, necessidade imensa de rasgar o coração em lágrimas, saudades...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

memórias

E foi assim que a noite acabou.
Eu me lembro bem, a cor da pele, o cheiro, cada marca no corpo.
Não podia ser de outra maneira.
Eu sei exatamente onde eu estava, cada parte de mim, eu me lembro muito bem.
Não tinha outra saída. Era isso ou então não sobraria nada pra lembrar.
Aí escondi você, onde ninguém poderia encontrar, e de onde você nunca deveria ter saído.
Mas não tinha como ser diferente, eu não sou capaz de esquecer.
É isso, minha maldição. Não consigo esquecer.
Nada, nenhum gesto, nenhuma fala.
Fico vagando por esse quarto cheio de lembranças e colecionando mais.
Tristes demais para me manterem vivo e boas demais para serem descartadas.
Eu me lembro muito bem…